19 janeiro 2009

Mercado das Telecomunicações móveis” em Portugal

Todos sabemos que revolução tecnológica é, antes de mais, uma questão nacional. No entanto, também se sabe que nenhum país beneficiará da nova era da informação se limitar a esperar, passivamente, que os benefícios lhe caiam em cima. As transformações tecnológicas dependem, cada vez mais, da capacidade de cada país para estimular a criatividade da sua população, permitindo-lhe compreender e dominar a tecnologia, inovando e adaptando essa tecnologia ás suas necessidades e oportunidades específicas.

Também, é um dado adquirido, que para estimular a criatividade, é imprescindível um ambiente económico dinâmico, competitivo e flexível. Fundamentalmente uma política económica realista e moderna que mobilize o potencial criativo da população na apetência para utilizar e desenvolver as inovações tecnológicas, neste caso particular, ligadas à estratégica área das telecomunicações, um dos factores mais importantes de desenvolvimento dos países.

De facto, se o telefone já tem mais de cem anos, a sua distribuição e utilização multi funcional é ainda de uma grande assimetria. Se nos países da OCDE existe mais de que uma ligação à rede telefónica por cada duas pessoas, nos países subdesenvolvidos esse rácio é de 1 para 200 pessoas. Estas disparidades impedem o acesso à INTERNET e dificultam as ligações na actual era das redes.

Um cenário como este, também nos revela que nos encontramos perante um novo mercado potencial, o qual nos últimos dez anos, mercê de reformas institucionais, consideráveis investimentos e inegáveis progressos tecnológicos, tem originado que o sector das telecomunicações, especialmente nos países desenvolvidos, tenha crescido exponencialmente.

Particularmente, na área da telecomunicações móveis, onde o extraordinário crescimento dos telemóveis, ultrapassando as restrições da construção das infra estruturas tem vindo a superar a instalação dos cabos telefónicos. No âmbito dos países da OCDE, o número de assinantes de telemóveis passou no último decénio de 13 para 375 (por mil pessoas), rácio que nestes primeiros anos do novo milénio deve ter subido consideravelmente.

Também no que se refere a Portugal, no âmbito das oportunidades de desenvolvimento no III Quadro Comunitário de Apoio ficou definido na respectiva Estratégia Global, uma referência estratégica à Sociedade de Informação.

Nesse documento é descrito que “o desenvolvimento e a rápida modernização das redes de telecomunicações e audiovisuais podem reduzir as desvantagens resultantes da situação geográfica e contribuir para aumentar a atracção do território português, em termos internacionais. Com efeito, a distância em relação aos centros consumidores deixa de constituir um factor negativo da competitividade, quanto a bens e serviços que possam ser fornecidos ou prestados através da utilização das novas tecnologias de comunicação. Factor essencial é que os países e as regiões periféricas demonstrem capacidade para definir estratégias que combinem por um lado, a inserção nas grandes rotas marítimas e aéreas internacionais e nas redes terrestres transeuropeias e, por outro lado, o desenvolvimento das redes de telecomunicações, que permitem aproveitar as oportunidades oferecidas pela sociedade da informação ”.

Inquestionavelmente que as telecomunicações e muito especialmente os telemóveis, vieram alterar a vida quotidiana das famílias e das empresas portuguesas. Das famílias, porque não prescindem já do “direito” de poder comunicar em qualquer altura e em qualquer lugar. Das empresas, porque, não só pela voz como através dos dados, viabilizam a forma das pessoas poderem trabalhar à distância, poupando tempo e dinheiro.

Em jeito de conclusão, podemos assim dizer que em Portugal a área das telecomunicações é moderna e desenvolvida podendo-se até encontrar, comportamentos de excelência. Em termos comparativos, poder-se-á, também, afirmar que, se em Portugal as empresas de telecomunicações não se encontram em absoluto na linha da frente na integração das diferentes tecnologias, estão, porém, muito próximas da vanguarda desse desenvolvimento.

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