30 outubro 2011

Os “Eurobonds” e uma Europa Federal!

A economia europeia vê-se a braços com uma insustentável crise da dívida soberana que poderá, no curto prazo, conduzir a um aumento da divergência económica entre os seus Estados membros mais vulneráveis e num efeito de contágio, à insolvência da própria Zona Euro. De facto, os países em dificuldades, Grécia, Irlanda, Portugal e, mais recentemente, Espanha e Itália precisam, urgentemente, de se financiarem a juros mais baixos ou irão sufocar economicamente.

Por isso, a mutualização europeia da própria emissão de dívida pode ser a solução mais pragmática, gerando uma taxa de juro baixa (menos risco), permitindo que estes países coloquem as suas finanças públicas em ordem e possam lançar as bases da recuperação da economia. Para tal, seria necessária a emissão de obrigações garantidas por todos os Estados, as chamadas “Eurobonds”. Ou seja, em vez de esses Estados do euro se financiarem sozinhos nos mercados internacionais, passariam a emitir dívida em conjunto, com o risco diluído por todos e com o rating mais baixo, tendo encargos inferiores. As economias mais fortes, com rating elevado ajudariam países com rating mais baixo, uniformizando as taxas de juro nessa emissão de obrigações. Os títulos levariam o “selo de garantia” de todos os países da Zona Euro e era por eles que as receitas dos juros seriam, posteriormente, repartidos na mesma proporção do contributo de cada um.

No entanto, os “Eurobonds”, só funcionarão eficazmente num quadro de transferência de soberania dos Estados, nomeadamente, em matéria de política fiscal e orçamental que conduzirão a uma maior integração política. Ou seja, o caminhar definitivo para um modelo de Federalismo europeu, viabilizando uma União Política.

Uma nova crise mundial anda por aí! Por isso, impõe-se, de uma vez por todas, que os líderes europeus assumam medidas arrojadas e históricas que possibilitem a uma Europa Federal sustentar a sua economia.



Renato J. Campos
Economista

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